sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Eu encontrei o livro, ou melhor, o livro me encontrou

A Alestina Mendes nos enviou um e-mail lindo, contando onde encontrou seu livro. Foi o primeiro e-mail que recebemos e ficamos muito emocionadas!

"Oi, me chamo Alestina Mendes. Dia 19/02/2012 estava a caminho do trabalho por volta das 14 horas e entrei no metro Sacomã, sentido Vila Madalena. O vagão contava com umas dez pessoas espalhadas. Sentei e, de longe, percebi que tinha um livro sobre o assento. Fiquei curiosa para saber sobre o que era o livro, mas fiquei com vergonha de chegar até ele e as outras pessoas acharem ruim. Quando chegou na estação Ana Rosa todas as pessoas desceram. Aí, então, levantei e fiquei de pé próximo ao livro. Ao ver o recado, a princípio, achei que era pegadinha, mas AMEIIIII, li e reli várias vezes sorrindo...

Foto tirada pela Alestina
No metrô mesmo já comecei a ler. Fiquei muito curiosa em saber quem deixou o livro e qual foi a sensação dessa pessoa ao ter deixado. Espero um dia encontrá-la.

Bom, irei dar continuidade a isso de "esquecer" meus livros por aí. Só tenho a agradecer, estou amando o livro que estou lendo.

Atenciosamente,  Alestina Mendes."

 Em outro e-mail, ela nos confidenciou

"AMEI a iniciativa de vocês, já até sei onde vou deixar o meu primeiro livro. Contei a história para outras pessoas, todas ficaram encantadas. Nossa, vocês não sabem a honra que senti quando encontrei o livro. O engraçado foi que sai no metrô Brigadeiro com o livro e o recado na mão de frente para as pessoas para ver se uma delas olhavam muito para mim, para tentar ver quem deixou o livro. (...)  Obrigada mesmo por este presente."

Alestina, seu e-mail é que foi um presente para todas nós. A emoção ao ler suas palavras foi indescritível. Nós agradecemos muito pelo seu contato e torcemos para que você deixe muitos livros por aí.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Dessa vez foi na terra da garoa

Esse ano resolvi passar o Carnaval em São Paulo. Fugir do agito, curtir os amigos e matar a saudade do namorado, era tudo o que eu queria. Clima e data perfeitos para deixar um livro. Levei dois.

Já no primeiro dia, saí com um na bolsa.

O livro era Agosto, do Rubem Fonseca. Já estava com esse livro para cima e para baixo tem algum tempo, mas estou cada dia mais exigente com os locais que deixo.Queria deixar em um lugar diferente. Já havia deixado em shoppings e restaurantes, estava muito óbvio. Pensei em deixar no Ibirapuera, mas São Paulo chove muito. E o medo de molhar o livro? Nem pensar.
Foi então que pensei: em Brasília eu nunca ando de metrô, dificilmente conseguiria deixar algum lá. E acho o metrô perfeito para isso. Geralmente as pessoas estão indo ou voltando do trabalho, cansadas, nada como uma bela supresa dessas. No caso era sábado de carnaval, pouca gente deveria estar indo trabalhar, mas muitas pessoas estavam a procura de diversão.


Combinei com a amiga e o namorado de não darem bandeira: assim que chegarmos a nossa estação, saímos e não olhamos para trás. Foi o que fizemos. Coloquei o livro no canto, perto da minha perna. Na hora de descer, minha amiga e meu namorado levantaram e eu fiquei sentada. Vi uma mulher de óculos escuros olhando na minha direção. pensei: se eu levantar, ela vai vir atrás. Fiquei sentada e, quando chegamos à estação Trianon-Masp, saí correndo.


Subindo às escadas rolantes, vi um homem com o filho no colo sentando ao lado do livro. Ele olhou, olhou, mas não consegui ver se pegou... Tanto faz, só espero ter deixado alguém mais feliz!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

E já que estamos falando em livros...

... por que não falar de quem os ama?



Inspirado na mesma medida pelo furacão Katrina, Buster Keaton, O Mágico de Oz, e um amor pelos livros, Morris Lessmore é uma história de pessoas que dedicam suas vidas aos livros e livros que devolvem o favor. Morris Lessmore é uma alegoria sobre os poderes curativos da história. O premiado autor e ilustrador William Joyce e o co-diretor Brandon Oldenburg apresentam uma experiência narrativa nova que remonta a filmes mudos e musicais da MGM Technicolor.

O curta é lindo e passa exatamente a mensagem que queremos passar: cuidem bem de seus livros, até encontrar alguém que queira cuidar deles também.
Bom Carnaval!  

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Gregório de Matos na Torteria



Eu, Carol, Andresa e Taís fomos almoçar no Liberty Mall (um shopping aqui de Brasília).
Terminamos de almoçar, Andresa saiu para resolver algumas coisas. Eu virei para as meninas e disse: - Vamos sair rápido, pois vou deixar um livro aqui na cadeira.
Eu e a Taís andamos bem rápido (quase correndo pela praça de alimentação do shopping). Paramos na Torteria Di Lorenza para comer um docinho, quando de repente só escuto de fundo: - Moça, moça... Você esqueceu esse livro lá na mesa!
Olho para trás e vejo a Carol toda vermelha (de vergonha): - Nãooooo, esse livro não é meu! O garoto me olha com aquele olhar de então é seu.
Eu logo respondi: - Meu??? Não!!!! Nunca vi esse livro (ainda bem que a história de pinóquio não é verdade! Senão meu nariz... hehe)
Claro que me deu a maior crise de riso, eu mal conseguia fazer meu pedido. Acabei fingindo que estava rindo do ratinho de chocolate e foi ele mesmo que eu pedi.
Quando fui sentar, vi que a moça que trabalha na Torteria estava com o livro Poesias Selecionadas de Gregório de Matos na mãos.
Espero que ela goste tanto quanto eu do livro.

"O amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias
ma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta". (Gregório de Matos)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A concierge e o poeta

A Dany é uma devoradora de livros desde pequenininha. Hoje é cineasta e aspirante a escritora, sua obra reflete muito da poesia e das histórias que ela absorveu durante a vida.

"Meninas,

Confesso que estou adorando a ideia de abandonar livros por aí com bilhetinhos carinhosos ao acaso. Além do exercício de desapego, é muito gratificante imaginar que as histórias vão ganhar novas potencialiades de acordo com a imaginação do novo dono. Vai que o livro é exatamente o que a pessoa estava precisando naquele momento? Vai que a história faz eco com alguma emoção? Quantas vezes isso não acontece com a gente, não é? Então acho lindo pensar que a gente simplesmente pode dar uma "mãozinha" pro destino ao libertar os livros da estante...

O primeiro que libertei foi A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, há cerca de duas semanas. Como o livro gira em torno de uma "concierge"(espécie de zeladora) apaixonada por literatura, resolvi escolher um local inspirado na história. Deixei o livro em cima de um banquinho num prédio de superquadra, perto da casinha do zelador. Quem sabe não haveria um "concierge" por ali? Ou mesmo um moradora esperta como a personagem Paloma, em busca de um sentido para a vida? Achei que o cenário de um prédio, cheio de apartamentos e possibilidades, era perfeito. 

Deixei o livro por volta das 10h e, quando fui trabalhar, por volta de 14h, ele ainda estava lá. Acho que muita gente fica com receio de pegar. A boa notícia é que, quando voltei do trabalho, o livro não estava mais lá! Bingo!

Depois da felicidade que esse "abandono" me trouxe, resolvi partir pro segundo livro. Nesta semana, deixei um livro de poemas do Millor em cima de um caixa eletrônico do Banco do Brasil. Pensei que era um bom lugar pra espalhar poesia, ainda mais uma poesia ácida e crítica, direta como a do Millor. Porque a gente não quer só dinheiro. A gente quer dinheiro e felicidade. A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte.

É isso, meninas. Já separei outros livros para espalhar por aí. Tenho deixado o e-mail de vocês nos bilhetinhos. Quem sabe chega por aí algum relato...


Beijos,
Danyella Proença"

Dany, ficamos muito felizes com a sua participação! A sensação é mesmo uma delícia. Vamos continuar deixando nossos livros por aí.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

No escurinho do cinema...

Fomos assistir o filme Sherlock Holmes no cinemark do parkshopping.
No final do filme, levantei, coloquei o livro em cima da cadeira e fomos embora.
Como estávamos sentados próximos da porta de saída, e tinha um papel amarelo fluorescente bem em cima do livro, com certeza uma das pessoas que estavam saíndo pegou o livro :)
Tentei andar devagar, olhava para os lados... mas não vi ninguém passando com o livro: Perdas e Ganhos da Lya Luft

Mais um livro se foi...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Passeando por Goiânia

Fizemos um trato: toda vez que viajarmos, deixaremos um livro em algum lugar do Brasil ou até do mundo.Esse final de semana decidi, então, deixar dois. Um no meio do caminho para Goiânia, outro já na cidade.

No caminho, sempre tem a paradinha no bom e velho Jerivá para comer o sensacional Jerê de quatro queijos. Nem deu para escolher muito onde deixar lá dentro, na verdade. A lanchonete estava lotada e quase não havialugar para sentar. Fora a fila enorme na saída para pagar. Achei muito arriscado deixar ali, no meio de todo mundo, alguém iria me reconhecer. Decidi, então, e mais uma vez, deixa no banheiro. Não, dessa vez não foi Drummond, foi Manoel de Barros, já falei dele por aqui.

O banheiro também estava cheio, mas era mais fácil deixar o livro e sair como se nada tivesse acontecido. Deixei, ainda enrolei lavando as mãos, mas não vi ninguém pegando. Comi meu salgado olhando nas mãos de todos que passavam, mas não conseguir ver. Tudo bem, acho que a graça está mesmo no anonimato.

Mas ainda havia um livro. Esse deveria ser escolhido com cuidado.A história é romântica, daquelas que não ficam atrás de nenhuma comédia romântica hollywoodiana: A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.

No sábado a noite, saí para um bar com o namorado e amigos. Coloquei o livro na bolsa. Meu namorado ainda falou para eu não levar: bar é lugar de gente bêbada e, se alguém achasse, não daria bola ou poderia estragar o livro. Mas alguma coisa me dizia que eu devia levar. Passamos a noite rindo e conversando, nem me lembrei do livro. Na volta para casa, passando ao lado de uns banquinhos no Parque Lago das Rosas, falei: Para o carro! Com certeza meu namorado me achou maluca. Peguei o livro da bolsa, desci correndo e larguei em um dos bancos. Não existe um lugar mais despretensiosamente romântico do que um banco de praça, imagina a alegria de alguém que encontraria aquele livro em sua caminhada matinal de domingo.

Fui para casa e dormi feliz com o final de mais uma de minhas missões clandestinas.